Celebramos o papel da mulher no crescimento do turismo e da hotelaria

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No dia 8 de março celebrou-se o Dia Internacional da Mulher e na Turijobs celebramos o papel que têm todas elas no desenvolvimento e evolução do turismo e da hotelaria. Apesar de se saber da posição fulcral que as mulheres ocupam neste setor, ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar a igualdade, no que toca a salários ou a alcançar postos de liderança.

 Entrevistamos quatro mulheres extraordinárias do mundo dos Recursos Humanos (RRHH), que deixam o seu testemunho para que compreendamos as suas realidades.

Encontraste alguma dificuldade extra apenas por seres mulher?

Maribel Garcia, especialista em employer branding e gestão de talento, fala das dificuldades que enfrentou enquanto mulher, e explica como encontrou sempre muito mais trabalho enquanto funcionária do que como empreendedora, sendo que os obstáculos derivaram mais do facto de estar a iniciar um negócio do que por questões de género.

“Desde problemas de conciliação ou o simples facto de poder engravidar eram tidos em conta nos processos de seleção. Outrora, por ser mulher e não ter filhos não percebiam porque não trabalhava mais horas, como se isso significasse que não tenho vida pessoal. Com os homens isso não acontecia. Por outro lado, também não podemos esquecer o facto de ter tido salários mais baixos do que homens que desempenhavam as mesmas funções”.

Maribel é otimista e afirma que a igualdade de género está num bom caminho. Da mesma forma acredita que, ainda assim, para alcançar essa realidade, é necessário “ampliar uma cultura onde não exista diferença de género” e enfatiza como isso só pode ser alcançado através da educação.

É complicado conciliar a vida laboral e a familiar enquanto mãe?

A nivel social os números refletem que custa mais encontrar um emprego se és mulher e tens filhos, especialmente pelo facto da necessidade de um emprego com flexibilidade de horários ou que ofereça condições para poder conciliar o emprego e a vida pessoal. Celia Hil, orientadora, formadora, consultora e psicóloga, partilha connosco a sua experiência neste aspeto:

“No meu caso consegui encontrar emprego sem dificuldade, mas porque o próprio trabalho tinha horários compatíveis com os dos meus filhos. É certo que não recebi uma atenção especial por parte dos meus empregadores. Foi graças a uma boa organização e reunião de forças entre mim e o meu marido que encontramos esse equilíbrio”.

Para alcançar essa conciliação não só é necessária uma mudança por parte das empresas, mas uma alteração de mentalidade, onde se entenda que a responsabilidade doméstica deve ser dividida em ambos cônjuges, sem exigir mais da mulher.

Existe esse “medo” de contratar mães ou mulheres em idade fértil?

Continuando com a pergunta anterior, não só é complicado conciliar a vida profissional com a pessoal enquanto mãe, mas também encontrar emprego em idade fértil, já que muitas empresas dão por certo que quererás ser mãe, e se já o és, não poderás ser tão produtiva como um/a profissional sem filhos.

Ainda que a sociedade tenha evoluído e a responsabilidade doméstica esteja cada vez mais repartida entre mulher e homem, ainda há muito que fazer no que toca à flexibilidade maternal. Anihoa Fornós, profissional com mais de 20 anos de experiência em RRHH, fundadora e CEO da HR Mindset Designer, partilha a sua opinião:

“O mindset das empresas é que uma gravidez tem dois problemas: o tempo de baixa e a mudança no compromisso da mulher após ser mãe. Dois aspetos que não podem ser generalizados nem estereotipados”.

Geralmente gerem-se as pessoas com base em crenças irreais, e esse é o problema.

 “ Um dos atributos do século XXI é a flexibilidade: personalização de clientes, agile working, knowmads… pelo que temos um contexto ideal para a maternidade flexível, no que toca a reinventar a forma de trabalhar para dar resposta a muitos dos problemas pendentes de resolução nesta sociedade, em que a maternidade é uma delas.

Como será o Dia Internacional da Mulher em 2025?

Olhando para o futuro, tentamos imaginar como se celebrará este dia dentro de alguns anos e se se terá avançado ou regredido em relação às demandas atuais.

Celia conta como gostaria de acreditar que se terá avançado tanto ao ponto de deixar de fazer falta celebrar um “Dia Internacional da Mulher”. De qualquer das formas, acrescenta: “(…) olhando para o passado, vejo poucos avanços. Continuamos a ter um teto de cristal que impede que muitas mulheres cheguem a postos de responsabilidade nas organizações, o salário continua inferior ao dos homens, na hora de recrutar perfil por perfil dá-se preferência ao género masculino, etc., mas espero estar enganada e que vejamos uma evolução. Trabalho para isso no meu dia a dia e educo as minhas filhas nessa igualdade de oportunidades”.

Gina Arán, consultora de RRHH, criadora e CEO da Inginium, acrescenta que apesar do movimento pela igualdade estar a ter uma maior consciencialização social, ainda falta muito desde a conversação, à intenção e à ação. “A ONU, na sua agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, coloca como 5ª ODS a igualdade de género real e o empoderamento das mulheres e raparigas. Porém, segundo dados do Fórum Económico Mundial, a igualdade não será alcançada em 200 anos. Outros estudos falam de «apenas» 100 anos. Conseguir o objetivo de igualdade exige uma revolução pois é urgente e, obviamente, depende do compromisso das pessoas, entidades e empresas.”

Maribel ressalta, com uma visão otimista na mudança, pois “se olharmos para os 25 anos anteriores, mudou-se muito, ainda que gostássemos que esta evolução fosse maior e mais rápida.”

Na Turijobs consideramos que é a responsabilidade de todos educar para essa igualdade e valorizar e aprimorar o talento.

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