Desde maio que o sector hoteleiro tem aberto múltiplas vagas, como forma de dar resposta à procura nestes meses. Mas, se antes da pandemia a escassez de recursos humanos era o grande obstáculo face à procura que o destino Portugal tinha, 18 meses volvidos, a realidade é outra e as empresas turísticas são confrontadas com um novo obstáculo: a dificuldade em recrutar.

Surpreendentemente, e com a recuperação de alguma actividade, o recrutamento de trabalhadores tem-se revelado problemático, sobretudo no interior de Portugal e na região algarvia, com uma manifesta falta de candidatos para as áreas de Sala e Bar, Cozinha e Serviços de limpeza.
Os profissionais turísticos constatam que os trabalhadores não querem aproveitar as oportunidades, preferindo não renunciar ao fundo de desemprego. Mesmo quando são oferecidas propostas salarais superiores ao que estão a auferir através da Segurança Social. Se antes da pandemia o objectivo passava pela contratação de mão-de-obra qualificada e com experiência e/ou formação no sector, agora, passa por contratar quem esteja motivado para trabalhar e aprender, mesmo que não tenha experiência no sector turístico.
Quando questionados, os responsáveis de recursos humanos acreditam que estas dificuldades se prendem com diferentes factores ressalvando a reconversão profissional; alteração do local de residência, aumento da procura por parte dos diferentes actores do mercado turísticos e a preferência em permanecer ao abrigo do subsídio de desemprego, enquanto lhes é permitido. Contudo, há pelo menos mais 6 factores que podem ajudar a explicar este flagelo.
Abertura simultânea dos negócios hospitaleiros
O mercado regula-se pela lei da oferta e da procura. A abertura quase simultânea dos restaurantes e dos hotéis, levou a uma grande aumento do número de ofertas de emprego num curto espaço de tempo que embateu num número muito restrito de profissionais em procura activa de emprego ou disposto a mudar de empresa.
Prolongada inactividade das empresas turísticas
Os negócios hoteleiros e da restauração estiveram encerrados sensivelmente 1 ano e meio, o que obrigou os profissionais do sector a reajustarem as suas opções profissionais e a optarem por outras áreas, o que poderá significar que possam não ter condições ou simplesmente não desejem regressar ao sector turístico. O que não significa, porém que deixaram definitivamente o mercado. Mas atraí-los para o sector turístico e oferecer condições de trabalho semelhantes às oferecidas por outros sectores, poderá tomar o seu tempo.
Instabilidade e sazonalidade
A época balnear é tradicionalmente a mais propícia à contratação de trabalhadores. Contudo, a grande maioria dos contractos são precários, terminando em outubro. No Algarve são muitos os trabalhadores provenientes de outras zonas do país e até do estrangeiro. Com a saída de Portugal do corredor verde dos principais mercados turísticos, a entrada em território nacional complicou-se e o fluxo de profissionais estrangeiros dispostos a trabalhar em terras lusas é menor.
Plano de desconfinamento a conta-gotas
Decorrente do ponto anterior, e agravando ainda mais a situação das empresas turísticas, os avanços e recuos a nível do processo de desconfinamento, bem como a alteração da legislação, aumentam as inseguranças dos profissionais face ao sector turístico.
Expectativas Salariais
Os profissionais estão cada vez mais exigentes e, em muitos casos, as expectativas salariais chocam com a realidade económica da empresa. As ofertas, de um ponto de vista salarial, não são atractivas e as condições económicas acabam por não convencê-los, empurrando-os para outras ofertas de emprego for a do sector turístico.
Dignificação de algumas profissões
A falta de trabalhadores no meio turístico é um problema que poderá adensar-se caso não se promova uma dignificação das profissões do sector, tornando-as mais atractivas, não só a nível salarial, mas também no que às condições laborais é respeitante.
Vocação
Desde 2009, quando Portugal se tornou uma destino turístico de referência, muitos profissionais optaram por este sector, não por vocação, mas devido ao elevado número de ofertas de emprego. Evidentemente, ao depararem-se com toda esta crise sanitária, preferiram apostar em outros sectores e abandonar o turístico.
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